07/01/2014


Despedida do Amor Maior

Paredes manchadas de quadros
Que ali estiveram
Móveis vazios de pertences
Cômodos incômodos
Ecos que ressaltam o silêncio
De  quem ali não mais está

Saudades tuas
De longas conversas
Interrupções
Pensamentos
Observações

Coisas que somente eu e ti compartilhávamos
E agora
Cômodos incômodos
Ecos que ressoam
O oco de minha alma

Sou um ser oco
Sem este tudo e tanto que você significava

E agora
Tenho que preencher os espaços
Com livros meus
Nas estantes que eram tuas
Com roupas minhas
Nas gavetas que escondiam teus segredos

E agora
Tenho que te olhar de outra forma
Sem proteção, sem cuidado
Tenho que tratar de modo frio e calculado
Pra que não te incomode o meu amor

O bom é que te guardo na lembrança
Dos dias de criança em que tinha tanto pra te explicar
E tinhas tanto a me contar

Em minhas memórias sorrio sozinha
Da amplitude de tanto amor
Dos lugares, gostos e cheiros que descobrimos juntas
Dentro de mim te guardo pra sempre

Beijinho de foca, e de borboleta em flor...
Canções e cantigas pra aplacar ladeiras e calor
Histórias longas pra contornar tua dor

Caminhos abertos e livres pro amor