Despedida do Amor Maior
Paredes manchadas de quadros
Que ali estiveram
Móveis vazios de pertences
Cômodos incômodos
Ecos que ressaltam o silêncio
De quem ali não mais
está
Saudades tuas
De longas conversas
Interrupções
Pensamentos
Observações
Coisas que somente eu e ti compartilhávamos
E agora
Cômodos incômodos
Ecos que ressoam
O oco de minha alma
Sou um ser oco
Sem este tudo e tanto que você significava
E agora
Tenho que preencher os espaços
Com livros meus
Nas estantes que eram tuas
Com roupas minhas
Nas gavetas que escondiam teus segredos
E agora
Tenho que te olhar de outra forma
Sem proteção, sem cuidado
Tenho que tratar de modo frio e calculado
Pra que não te incomode o meu amor
O bom é que te guardo na lembrança
Dos dias de criança em que tinha tanto pra te explicar
E tinhas tanto a me contar
Em minhas memórias sorrio sozinha
Da amplitude de tanto amor
Dos lugares, gostos e cheiros que descobrimos juntas
Dentro de mim te guardo pra sempre
Beijinho de foca, e de borboleta em flor...
Canções e cantigas pra aplacar ladeiras e calor
Histórias longas pra contornar tua dor
Caminhos abertos e livres pro amor