26/01/2010
QUANDO VISITEI CLARICE...
Fui visitar a poetisa
encontrei muitas folhas
espalhadas pelo chão
letras, escritos, desde a janela até o portão
havia poesia até mesmo no colchão
Coisas profundas de sentimento e angústia
névoa, fumaça, recortes em gavetas submersas
Reconheci ali um ser humano
cheio de medo do frio
que criara um mundo novo
pra poder ainda ter esperanças
Ela mesma confessara
o quanto os versos resgataram sua alma
e declarou que sem os escritos estivera morta
ou vi atento, assisti enlevado
a tanta beleva que brotava solta
do fundo de sua alma
Tanta simplicidade pra dizer o que todos sentem
tantas noites tristes ao som da fumaça de um cigarro
tantas coisas guardadas no mais profundo, fundo, de um armário
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