Eu era doce
Até beberes do meu liquido
Por seu amor
Hoje sou amarga
E queimo incessante sua garganta
Detesto o ser em que me transformei
Por seu amor
Você é nada
Ser que se arrasta na multidão
Deixando seca aquela que
tanto sorvias
Servi para calar seu silêncio, sua solidão
Agora, com a sede morta,
Enfia a mão no bolso, arranca uns trocos
Me larga e vai embora
Mas não se preocupe
Sabão, esponja e água hão de lavar minha alma
Os gestos leves do balconista hão de secar minhas lágrimas
Estarei pronta no escorredor de pratos
Aguardando pelo próximo bêbado
Para que possa enfim consolar
Sou perfeita alegria
Sou um copo barato
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